O Brasil no caminho de ser considerado um risco para a humanidade

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Que o desdém e o negacionismo em relação à pandemia têm boa parcela de participação da população brasileira ninguém dúvida. A responsabilidade por esse comportamento nasceu e se mantém no governo federal, se esparramando pelo país.

 

Evidente que negar uma catástrofe é muito mais agradável aos ouvidos da população do que enfrentar medidas duras de isolamento, firme repressão às aglomerações e aos inúmeros atos desvairados de ajuntamento de pessoas.  E ainda, com cegueira absurda negacionista, temos a tardia e inexplicável inação em 2020 para a compra de vacinas.

 

A exemplo dessa prática, Jimmy Carter sofreu com Reagan na campanha presidencial nos EUA; isso no final dos anos 70 do século passado, exatamente por Reagan pregar que os norte-americanos poderiam continuar a consumir energia elétrica, manter o mesmo nível de vida de antes da crise energética, ao contrário do que dizia Carter como presidente.

 

Ora, os ouvidos aceitam muito bem palavras doces que confirmam uma crença e um estilo de vida. Todavia, tratamos agora com pandemia e milhares, milhares de mortes, o que é muito mais grave do que uso de energia elétrica e estilo de vida.

 

Ocorre que a exposição ao risco provocada por festas, Natal, Réveillon, aglomerações em praias, carnaval, bares, festas de torcidas de futebol, tornaram o Brasil um imenso laboratório para mutações da COVID-19.

 

Os cientistas têm se esforçado diariamente para estudar a eficácia das vacinas existentes em razão das mutações do vírus. Em outras palavras, enquanto boa parte do mundo luta para extirpar a doença, o Brasil rema na direção contrária.

 

O problema é que a possibilidade de o mundo se fechar para o Brasil, ou mesmo tomar medidas retaliatórias, não podem ser descartadas por ninguém. É fato que o Brasil se tornou um imenso problema para o mundo.

 

O Brasil é membro e signatário de vários organismos multilaterais, a exemplo da ONU e OEA; nossa tradição há muito vinha servindo de exemplo no trato com os problemas relacionados ao combate aos mais diversos tipos de enfermidades, e promoção dos Direitos Humanos.

 

Como o mundo e o capitalismo global vai lidar com o Brasil, nossa irresponsabilidade em frear a expansão da doença, e o impacto nas mutações do vírus aqui geradas, ainda é algo desconhecido, mas a resposta não tardará a surgir.

 

Não se trata só de um problema de nosso país, como muitos poderiam pensar, mas um descaso que chama à atenção dos mais diversos atores globais, países, imprensa, empresas, organizações multilaterais e tantos outros agentes que precisam e querem que o vírus seja eliminado, para, assim, normalizarem a economia e as relações humanas de uma forma geral.

 

Como este painel, algumas questões surgem: como faremos para nos deslocar nos próximos meses e até mesmo em 2021 pelo mundo? As fronteiras estarão abertas para pessoas e negócios brasileiros? Sofreremos retaliações? Como suportaremos todos os gastos, o desemprego, a fome, tendo as portas do mundo fechadas para o Brasil?

 

Assim, se o Brasil desejar sofrer severas consequências em nível internacional, o comportamento negacionista, de confrontação política interna, de irresponsabilidade, é o caminho certo para nos transformar de vez em pária mundial.

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SOBRE MIM

Cassio Faeddo

Cassio Faeddo

Advogado. Mestre em Direito. MBA em Relações Internacionais FGV SP

Pós-graduado em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho.

Especialista em Direito Público internacional e Relações internacionais.

Professor universitário desde 1998 tendo lecionado nas Faculdades Hebraico Brasileira Renascença, Anhembi-Morumbi, Unibero e Centro Universitário SENAC.

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