Um Olhar Pós Covid

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Com a Covid-19 enxergamos um impacto econômico maior do que a crise de 1929 em face do sistema global interligado de produção.

Ocorre que imenso crescimento chinês no PIB global, que de acordo com o Banco Mundial saltou de 5% em 1990 para mais de 20% em anos recentes, indicam a dependência econômica do globo em face da China.

Vimos que as grandes corporações mundiais não hesitaram em instalar unidades fabris na China e demais países periféricos em razão do baixo salário e da legislação trabalhista chinesa que impõe, por exemplo, férias de apenas 5 dias por ano.

Em que pese a mesma legislação determinar jornada de 8 horas é comum que o trabalhador chinês realize jornadas de até 12 horas. Com essas condições o capitalismo global não pensou duas vezes ao levar a linha de produção para a China a partir dos anos 90 do Século passado.
Enquanto os financistas de Nova Iorque vibravam com a valorização dos negócios, e o governo brasileiro na era Lula surfava na exportação de commodities, muitas brasileiras indústrias baixavam as portas nos núcleos industriais.

Conforme indica reportagem do Financial Times, o salário médio na China em 2005 era de USD 1,2, saltando para USD 3,6 em 2016. Em termos comparativos o salário médio no Brasil, de acordo com o mesmo estudo, era de USD 2,7 em 2016.

Trata-se de uma dependência que será repensada pelos atores internacionais, Estado e empresas, com forte e real possibilidade de nacionalização de grandes empresas em razão da quebra financeira.

Após o fim da moratória de impostos dada pelo governo brasileiro às empresas e ajuda aos trabalhadores, visualizamos um tsunami de desempregados e desocupados.

Ocorre que o Brasil não tem recursos para aportes em empresas e, pelo contrário, o Ministro da Economia pretende vender ativos nacionais em momento de recessão global. Nacionalismo e produção local tendem a ser valorizadas mesmo com um custo maior do pelos produtos que até então vinham da Ásia.

Porém, pela complexidade das ações, tudo isso será conduzido de forma paulatina no sentido de diminuir a dependência global exagerada do mercado chinês, e acreditamos que EUA, União Europeia e Grã-Bretanha tenham alinhamento neste tema.
Ainda assim, o mundo será mais sinocêntrico do que norte-americano. O poder global será mais dividido, mesmo porque Trump vem colidindo com dogmas da democracia americana.

É importante ressaltar que os Estados Unidos aprovaram medidas de alívio fiscal acima de 10% do PIB, enquanto o Chile 4,7% do PIB e o Brasil com 3,5% do PIB. Índia, África do Sul, Argentina, México, próximos a 1,0% do PIB ou menos. Recorrer ao FMI será inevitável, com número calculado em US $ 2,5 trilhões para países emergentes. Ainda, temos crise climática, refugiados, grupos extremistas, no pano de fundo.
No quadro nacional, crise econômica, social, política e de saúde.

As reformas realizadas desde o governo Temer aprofundaram a miséria, pois no lugar de emancipar e potencializar o consumo dos mais pobres, solapou consumo e centralizou ainda mais riqueza.

Os países mais estáveis politicamente, com instituições sólidas, que melhor organizarem seus custos internos com diminuição da burocracia exigida das empresas, e com melhor capacitação educacional da população serão os mais beneficiados.

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SOBRE MIM

Cassio Faeddo

Cassio Faeddo

Advogado. Mestre em Direito. MBA em Relações Internacionais FGV SP

Pós-graduado em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho.

Especialista em Direito Público internacional e Relações internacionais.

Professor universitário desde 1998 tendo lecionado nas Faculdades Hebraico Brasileira Renascença, Anhembi-Morumbi, Unibero e Centro Universitário SENAC.

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